Mulheres representam mais de 40% dos pesquisadores da Ufes

11/02/2022 - 16:50  •  Atualizado 14/02/2022 17:12
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Em 11 de fevereiro, celebra-se o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) em 2015 para dar visibilidade ao papel e às contribuições fundamentais das mulheres no campo da pesquisa e desenvolvimento científico.

A proporção de mulheres pesquisadoras na Ufes alcança 45% nos níveis de graduação e de pós-graduação. Se considerarmos apenas os programas de pós-graduação, as mulheres docentes representam 43%. A Ufes possui cerca de 1.800 professores. Mas também desenvolvem pesquisas uma parte de servidoras de carreira técnico-administrativa, seja participando de projetos nos laboratórios, seja desenvolvendo projetos próprios em programas de pós-graduação, contribuindo, dessa forma, para o avanço do conhecimento.  

De 63 programas de pós-graduação ofertados pela Ufes, onde ocorre a maior parte das pesquisas, as docentes pesquisadoras são maioria em 24, com destaque para as áreas de Enfermagem (88,2%), Ciências Odontológicas (80%), Saúde Coletiva (78,1%), Psicologia (72%) e Ciências Sociais (70%).

Na outra ponta, alguns programas apresentam percentual reduzido de pesquisadoras. Dentre os exemplos, estão: Agronomia (11,1%), Engenharia Elétrica (14,3%), Economia (15,4%), Ciências Florestais (15,8%), Informática, Química e Agricultura Tropical (16,7%). Em outros três (Astrofísica, Cosmologia e Gravitação; Física e Engenharia Mecânica), não havia professoras no quadro discente em 2020. Os dados foram extraídos da plataforma Stela Experta, que compila informações disponíveis na plataforma Sucupira, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Historicamente, as ciências duras e o campo de pesquisa agrário apresentam uma discrepância maior no comparativo entre gêneros e, à medida que se avança na titulação e no topo das carreiras, essa disparidade cresce. 

Estudantes

Entre discentes de pós-graduação, a tendência é de equilíbrio entre pesquisadores e pesquisadoras. Segundo dados da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG) da Ufes, em 2020, do total de 3.798 matrículas, 1.900 são mulheres (50,03%) e 1.898 são homens (49,97%).

Contudo, quando segmentado por nível, os números revelam novas diferenças: as mulheres estudantes são 50,79% nos mestrados e 48,52% nos doutorados da Ufes. Os dados apontam para o afunilamento das carreiras, ainda durante a formação dos pesquisadores.

Alguns avanços

Um dos aspectos que gera desequilíbrio na carreira acadêmica de algumas mulheres é o tempo dedicado à maternidade. Para que as mulheres mães não tenham prejuízos na sua trajetória de pesquisa, alguns avanços foram registrados ao longo da última década.

Em 2011, a Capes regulamentou a licença maternidade para as bolsistas. Dessa forma, elas passaram a receber mais quatro meses de auxílio, o que não ocorria antes. A partir de abril de 2021, foi possível também incluir a licença maternidade em um campo específico no currículo Lattes. Antes, esse tempo dedicado aos filhos gerava uma lacuna nos currículos e impactava a avaliação de produtividade das pesquisadoras no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), entidade ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.