Projeto de implantação do Polo de Fruticultura na região do Caparaó será lançado nesta quinta, 1º

30/03/2021 - 18:03  •  Atualizado 01/04/2021 15:51
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A região do Caparaó, que inclui 11 municípios capixabas na divisa sudoeste com Minas Gerais, com seu rico complexo ambiental, paisagístico e turístico, ganha novo impulso agrícola a partir desta semana, com a implantação do Polo de Fruticultura para a Região do Caparaó. O projeto será lançado oficialmente nesta quinta-feira, 1°, às 14 horas, em solenidade transmitida pelo YouTube, com a presença do reitor Paulo Vargas e do vice-reitor Roney Pignaton.

O polo é um projeto de extensão do Centro de Ciências Agrárias e Engenharias (CCAE) da Ufes, instalado no campus de Alegre, no sul do estado. Além do desenvolvimento da extensão universitária e da pesquisa científica e tecnológica, a proposta é diversificar a produção agrícola local, com geração de emprego e de renda e melhoria das condições socioeconômicas da região.

Em convênio com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o projeto mantém parcerias com as prefeituras municipais de Alegre, de Divino de São Lourenço, de Dores do Rio Preto, de Guaçuí, de Ibatiba, de Ibitirama, de Irupi, de Iúna, de Jerônimo Monteiro, de Muniz Freire e de São José do Calçado, e com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). De acordo com a professora e diretora do CCAE, Louisiane Nunes, a atividade rural na região está concentrada na pecuária e na agricultura familiar, com foco na cafeicultura, e possui baixa diversificação dos processos produtivos.

Com a implantação da fruticultura, o projeto pretende criar novas possibilidades de aumento de renda e de geração de empregos em atividades de plantio e colheita, e de comercialização e industrialização dos produtos, segundo explica Louisiane Nunes. De acordo com a diretora, na primeira etapa do projeto serão diagnosticadas as aptidões agrícolas da região para a fruticultura. “Algumas culturas já foram identificadas para um cenário de viabilidade, como citros, abacateiro, maracujazeiro, bananeira e outras”, pontua.

O reitor Paulo Vargas destaca os impactos positivos do projeto em ações científicas, tecnológicas e acadêmicas, e também na região do Caparaó. “As perspectivas são de excelentes resultados em relação à economia local, além das áreas social e ambiental, considerando que esse é um papel fundamental da Ufes, qual seja o de se consolidar como importante vetor para o desenvolvimento do Espírito Santo em diferentes setores”, argumenta.

Novos interessados

De acordo com o professor do Departamento de Agronomia do CCAE e coordenador do projeto, Moisés Zucoloto, além dos 11 municípios da região do Caparaó, algumas cidades do entorno também manifestaram interesse em participar, como Marataízes, Itapemirim, Cachoeiro de Itapemirim, Piúma e Presidente Kenedy. “Após a definição e seleção dos produtores, do tamanho das áreas e as frutíferas para o cultivo, será feita a instalação das plantas em 23 unidades nos municípios envolvidos, sendo duas em cada município e uma na área experimental da Ufes, que será a matriz”, observa Zucoloto.

Segundo o pesquisador, a parceria com o Mapa, por meio da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação, resultará em investimentos de cerca de R$ 4 milhões. O projeto realizará cursos de capacitação para os agricultores com o objetivo de habilitá-los para o manejo correto dos recursos naturais e para os tratos culturais mais adequados. “Também será criado um núcleo de assistência técnica visando orientar os agricultores quanto aos tratos culturais e formas de comercialização dos produtos”, acrescenta o coordenador. Ele ainda destaca que o projeto foi idealizado e desenvolvido em 2017 pelo professor Dirceu Pratissoli, do Departamento de Agronomia do CCAE, quando este ocupava a direção do centro de ensino. 

A professora Louisiane Nunes explica que o CCAE é o centro de ensino da Ufes sediado na região e que apresenta condições de viabilizar a pesquisa e a extensão nas linhas enfocadas para a implantação do Polo de Fruticultura, com infraestrutura adequada ao desenvolvimento do projeto. “Outro aspecto importante a ser considerado é o conhecimento que será transferido aos produtores para um melhor aproveitamento do solo e dos recursos ambientais”, ressalta. Segundo a diretora, o polo terá a participação de pesquisadores e estudantes de graduação e de pós-graduação em Agronomia do CCAE, além de engenharias, seja na produção, no manejo e na industrialização. Ela acrescenta que a equipe do projeto fará o treinamento dos estudantes, com transferência de tecnologias para profissionais da área e para os produtores rurais.

 

Texto: Luiz Vital
Edição: Thereza Marinho