Projeto oferece atendimento gratuito com auriculoterapia e reiki para tratamento de ansiedade e dores

04/06/2024 - 16:38  •  Atualizado 04/06/2024 16:57
Texto: Adriana Damasceno     Edição: Thereza Marinho
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Profissional da Ufes aplica reiki em uma paciente deitada em uma maca.

Pessoas que apresentam sintomas de ansiedade, depressão, dores (aguda ou crônica) ou outras queixas e tenham interesse em buscar tratamentos integrativos e complementares já podem se inscrever no projeto de extensão desenvolvido pelo Laboratório de Pesquisa em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (LAPPICS/Ufes), que oferece atendimentos de auriculoterapia e reiki. Os interessados podem fazer contato pelo WhatsApp (27) 99259-0550 para agendar consultas.

Os atendimentos são gratuitos e acontecem nas segundas, das 13 às 17 horas, e nas terças-feiras, entre 8 e 12 horas, na sala 55 do segundo andar da Clínica Escola Interprofissional em Saúde (Ceis), no campus de Maruípe. Basta preencher a ficha cadastral ou fazer contato por telefone e aguardar o retorno da equipe com as orientações gerais sobre os atendimentos.

Auriculoterapia e reiki estão entre as práticas integrativas que auxiliam no controle da dor e na redução dos sintomas da ansiedade e depressão. Coordenadora do projeto, a professora do Departamento de Educação Integrada em Saúde (DEIS) Grace Kelly Freitas explica que o reiki é uma técnica japonesa de imposição de mãos para equilíbrio energético que considera o indivíduo como um ser integral – corpo-mente-espírito –, enquanto a auriculoterapia se vale de aplicação de estímulos (sementes, por exemplo) em determinados pontos do pavilhão auricular para obtenção de efeitos sistêmicos. 

“É importante dizer que não possui vinculação com religião, mas com a nossa conexão com energias, com aspectos da integralidade da pessoa que a ciência ainda está desvendando”, afirma a professora do Departamento de Ciências Farmacêuticas (DCFar) Bárbara Borges, subcoordenadora do projeto. Segundo ela, as práticas possuem evidências científicas e efeitos clínicos documentados: “Funcionam, como o nome diz, complementando o tratamento convencional. Por isso, orientamos que as pessoas atendidas continuem seu tratamento nas especialidades médicas que os acompanham, aliadas às PICs”.

Projeto

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Estudantes e professores do projeto reunidos em uma sala

O projeto de extensão em práticas integrativas e complementares teve início em 2020, mas, devido ao isolamento imposto pela pandemia de covid-19, os atendimentos só tiveram pleno início em 2022. A equipe é formada por 24 estudantes e seis professoras de diversos cursos de graduação da área de saúde, incluindo Bárbara Borges e Grace Kelly Freitas. Os estudantes recebem capacitação em auriculoterapia e reiki para ofertarem atendimentos supervisionados tanto à comunidade interna da Ufes quanto à população em geral. 

“Sob o aspecto do ensino, trata-se de uma experiência interprofissional muito rica para os acadêmicos e acadêmicas, pois eles também são capacitados para atender com amorosidade, com humanidade e profissionalismo, tendo uma ótica biopsicossocial das pessoas atendidas”, ressalta Freitas.

Inicialmente, são oferecidas dez sessões (uma por semana), que são realizadas individualmente ou em grupos. Após avaliação da equipe de que houve melhora considerável no quadro apresentado, o usuário tem alta. “A pessoa geralmente gosta muito e volta para ser atendida novamente”, diz Borges.

Freitas acredita que o projeto viabiliza o acesso da comunidade externa aos atendimentos com reiki e auriculoterapia, o que, segundo ela, seria mais difícil sem a ação extensionista. “Temos uma parceria com as unidades de saúde da região de Maruípe para encaminhamento de pacientes”, ressalta.

Premiação

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Foto de uma profissional aplicando estímulos na orelha de uma moça, com a ajuda de outra profissional

No fim de maio, a equipe do LAPPICS recebeu menção honrosa (1º lugar) por seu trabalho intitulado Laboratório de Pesquisa e Extensão em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde da Ufes: um relato de experiência. O resumo foi apresentado no I Congresso Brasileiro de Práticas Integrativas e Complementares (COBRAPICS) e será publicado como capítulo do livro do evento.

O trabalho apresenta o relato de experiência no desenvolvimento do LAPPICS e mostra os resultados alcançados com a ação de extensão. Para Borges, participar do congresso foi uma grande oportunidade de divulgar o trabalho realizado, “que é tão significativo para quem é atendido. O prêmio é resultado do empenho da equipe, que acredita que as PICs podem ser levadas a cada vez mais pessoas, melhorando a qualidade de vida delas”.

Ampliação

Até o fim de 2023, a equipe tratou de 180 pacientes em 1.200 atendimentos com reiki e auriculoterapia. “Está no nosso horizonte ampliar com a inserção de ioga, meditação e aromaterapia. Tudo depende de obtermos financiamento, uma vez que os óleos essenciais não são tão acessíveis, considerando a quantidade necessária”, explica Borges. 

Segundo Freitas, desde o início, todas as atividades são financiadas pelas seis professoras, que esperam que o projeto seja em breve contemplado em editais de fomento para manter e ampliar a oferta dos atendimentos nas PICs. “O projeto é resultado de muita dedicação, trabalho e empenho na produção de pesquisa científica, extensão e ensino das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde”, avalia.

Fotos: Divulgação

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