O acordo de cooperação técnica trilateral entre Brasil, Portugal e Moçambique para o projeto Desenvolvimento Sustentável do Café no Parque Nacional Gorongosa/Moçambique em Sistema Agroflorestal Integrado no Contexto da Deflorestação, Alterações Climáticas e Segurança Alimentar foi concluído após seis anos de atividade. Neste período, o chamado Projeto Gorongosa, que tem como coordenador brasileiro o professor da Ufes Fábio Luiz Partelli, beneficiou mais de 800 famílias de agricultores africanos.
Na foto, a equipe coordenadora do projeto.
O acordo, assinado em dezembro de 2017, teve como objetivo mitigar os efeitos da deflorestação, aumentando o rendimento e a segurança alimentar dos moradores da região, que necessitam de atenção social. Outra meta alcançada foi a produção de um café de qualidade, orgânico, cultivado embaixo de espécies nativas do Parque Nacional de Gorongosa, em Moçambique.
Segundo Partelli, foram contabilizados resultados na produção sustentável de café pelas comunidades tradicionais. Se no início do projeto a produção não passava de 1,5 toneladas de café por ano, agora a produção chega a aproximadamente 20 toneladas.
“Nesse período, compartilhamos orientações técnicas e contribuímos com a formação de diversos técnicos de campo, mestrandos e doutorandos, numa região extremamente carente de recursos financeiros, de formação e de assistência. Também foi publicado o primeiro livro de café para Moçambique (foto), além de diversos artigos científicos, dissertações e teses motivadas pela experiência”, afirma o professor.
Por enquanto, o café produzido em Moçambique é do tipo arábica, mas o projeto prevê a introdução de conilon/robusta (Coffea canephora) para este ano, área em que a Ufes se destaca em pesquisas científicas.
Partelli afirma que a realização de uma segunda fase do projeto se encontra em estudo.
A equipe executora do projeto é formada pela Ufes, pelo Instituto Superior de Agronomia (ISA) da Universidade de Lisboa e pelo Parque Nacional da Gorongosa. Já a equipe de coordenação e financiamento é integrada pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), pelo Ministério das Relações Exteriores; pela Administração Nacional de Áreas de Conservação (Anac), pelo Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural de Moçambique; e pelo Camões Instituto da Cooperação e da Língua de Portugal.
Mais informações sobre o acordo de cooperação técnica estão disponíveis neste link.
Texto: Thereza Marinho
Foto: Fábio Partelli