
Estudantes e profissionais da saúde interessados em conhecer as perspectivas científicas e aplicações clínicas atuais da neuromodulação, uma inovadora ferramenta utilizada mundialmente no tratamento de diversas condições neurológicas e psiquiátricas, já podem se inscrever no I Simpósio de Neuromodulação do Espírito Santo, que acontecerá no dia 26 de abril no auditório Rosa Paranhos, localizado no Centro de Ciências da Saúde (CCS, campus de Maruípe), das 8h30 às 17h30.
Pessoas interessadas em apresentar trabalhos científicos que abordem a temática do simpósio devem realizar a submissão até o dia 11 de abril. Os trabalhos serão, posteriormente, publicados na revista internacional Frontiers in Human Neuroscience. Tanto a inscrição (que tem prazos e valores diferenciados para cada categoria) quanto o envio de resumos devem ser realizados neste link.
O simpósio é organizado pelo Laboratório de Neuromodulação Ufes para Todos, que trará especialistas de várias universidades e centros de pesquisa do Brasil para falar sobre os temas pertinentes a este tratamento, que é responsável por modular e modificar funções do cérebro e, assim, auxiliar no tratamento de doenças como Parkinson, acidente vascular cerebral (AVC), ataxia (descoordenação dos movimentos), dores crônicas, depressão, ansiedade, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e autismo.
Democratização
Professora do curso de Fisioterapia e uma das coordenadoras do Laboratório, Fernanda Dias explica que o propósito da equipe é democratizar o acesso da neuromodulação, visando beneficiar o maior número de pessoas possível. “Além disso, fortalecemos a formação em saúde, com capacitação e qualificação de futuros profissionais para atuarem na área”, diz ela.
A professora do curso de Fonoaudiologia Carolina Anhoque (que coordena o Laboratório junto com Dias) explica que a neuromodulação pode ser dividida entre dois tipos principais: a invasiva e a não invasiva. Segundo ela, enquanto a técnica invasiva é realizada pelo neurocirurgião e envolve cirurgia cerebral para implantação de um dispositivo, a neuromodulação não invasiva é realizada por profissionais da saúde capacitados (como fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, médicos, fonoaudiólogos e psicólogos) e utiliza técnicas modernas com estímulos elétricos ou magnéticos para modular o cérebro, ativando ou inibindo neuronais, conforme o tratamento desejado: “É uma tecnologia amplamente utilizada na reabilitação de diversas condições clínicas e, embora segura, não representa a cura da doença, não é uma solução milagrosa. É fundamental reconhecer que modular o cérebro é um recurso terapêutico com benefícios promissores, especialmente quando associado ao tratamento reabilitador adequado”.
Anhoque acredita que o simpósio será um momento de grande aprendizado e troca de experiências, capaz de fortalecer o trabalho multiprofissional com o uso da neuromodulação. “Como a neuromodulação é uma técnica inovadora e em franca expansão no estado, é muito importante avançarmos no conhecimento, nos avanços e nas evidências científicas para entregarmos a melhor assistência ao nosso paciente. A Universidade tem esse papel de formação, consolidação do conhecimento e de busca ativa de novas terapêuticas para melhorar a vida da população capixaba”, avalia.