Um ano após a decisão de suspender as atividades, a Ufes vem conseguindo conciliar a oferta de seus serviços essenciais e a garantia de acesso ao ensino com a necessidade de preservar a saúde e a vida da comunidade acadêmica, de seus familiares e da sociedade em geral, adaptando à nova realidade trazida pela covid-19 metodologias, procedimentos de matrículas e de colações de grau, e outros necessários à vida universitária.
Na graduação, a adoção do Ensino-Aprendizagem Remoto Temporário e Emergencial (Earte), aprovado após debates nos 11 centros de ensino, em 70 departamentos e em mais de 150 colegiados de graduação e de pós-graduação, permitiu que 17.531 estudantes dessem continuidade a seus estudos no semestre especial de 2020/1 e 19.147 em 2020/2. No primeiro semestre regular do ano passado, interrompido por causa da pandemia, estavam matriculados 18.102 estudantes.
A pró-reitora de Graduação, Cláudia Gontijo, destaca a importância da participação da comunidade universitária na tomada de decisões que permitiu a construção de uma política de ensino superior em caráter emergencial: “Em um contexto adverso e desafiador como em uma pandemia, o desenvolvimento de uma política de ensino de graduação requereu capacidade de reinvenção, de recriação. Entendo também que a definição de objetivos comuns e a articulação dos diversos setores responsáveis pelo desenvolvimento de ações institucionais foram centrais na construção dessa política na pandemia”, afirmou a professora.
Para obter apoio na construção dessa nova relação de ensino, os docentes puderam contar com a experiência da Superintendência de Educação a Distância (Sead), que coordenou a criação do Portal Edutics, disponibilizando um acervo digital de acesso livre em formato de videoaulas, artigos, podcasts, livros digitais, entre outros.
Dentre o material oferecido, está o curso de criação de videoaulas, com cerca de 20 mil visualizações, e a capacitação para uso das ferramentas e aplicativos G-Suite for Education, com mais de três mil acessos até o momento. Segundo a superintendente Maria Auxiliadora Corassa, o projeto foi inicialmente pensado para atender aos cursos na modalidade EaD oferecidos pela Ufes, mas teve seu lançamento antecipado a fim de auxiliar professores, estudantes e mediadores em suas atividades, por meio de tutoriais e trilhas formativas para o uso das plataformas e ferramentas visando ao desenvolvimento das ações pedagógicas mediadas por tecnologias.
Ingresso
O ingresso na Ufes foi garantido por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), pelo qual a Universidade ofertou 2.239 vagas, em 57 cursos: “A impossibilidade de convocar candidatos para apresentação de documentação de matrícula motivou algumas mudanças nos procedimentos, que foram realizados exclusivamente de forma digital”, explica a diretora de Registro e Controle Acadêmico da Pró-Reitoria de Graduação (Prograd), Aline Komino. Além da participação no Sisu, a Prograd também realizou, de forma remota, o Processo Seletivo de Vagas Surgidas (PSVS), ofertando 264 vagas em cursos presenciais. Já a Sead foi responsável pelo Processo Seletivo de Cursos a distância, com oferta de 1.050 vagas, nos cursos de Bacharelado em Biblioteconomia e em licenciaturas. “Novos desafios se colocam, considerando que todos os cursos EaD da Ufes preveem encontros presenciais periódicos nos polos, que deverão ocorrer em formato remoto enquanto perdurar o isolamento social”, explica a professora Maria Auxiliadora Corassa.
Os estudantes que haviam integralizado o currículo também não foram prejudicados. Mesmo com a suspensão das atividades presenciais, 1.137 estudantes colaram grau em 2020, número próximo ao mesmo período no ano anterior, quando se formaram 1.353 estudantes. “Com a flexibilização das normas acadêmicas, foi possível realizar as colações de grau de forma totalmente segura, por videoconferência”, explica Aline Komino.
Pós-graduação
Para os cursos de mestrado e de doutorado da Ufes, a oferta remota de disciplinas levou em consideração as especificidades de cada um dos 62 programas de pós-graduação. “Há programas com calendários acadêmicos diversos do padrão da Universidade. Os colegiados dos cursos que quiseram dar continuidade ao semestre iniciado em fevereiro ou em março puderam fazer isso, desde que a maioria dos alunos matriculados aprovassem”, explicou o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Valdemar Lacerda Jr.
Os processos seletivos dos programas também foram adaptados, com inscrições realizadas pelos correios ou por meio de formulário on-line e entrevistas via videoconferência. As defesas de teses e de dissertações foram garantidas, observando o distanciamento social e outras medidas de segurança sanitária, possibilitando a apresentação de 918 trabalhos ao longo de 2020.
Para saber mais sobre outras ações da Universidade no enfrentamento à pandemia, acesse: https://coronavirus.ufes.br/iniciativas.
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Texto: Nábila Correa
Edição: Thereza Marinho