Mais do que o acesso ou a permanência de estudantes com algum tipo de deficiência (PcD), Transtorno do Espectro Autista (TEA), altas habilidades ou superdotação na Ufes, também é preciso trabalhar para que uma janela de oportunidades seja aberta assim que o discente encerre a sua trajetória acadêmica na Universidade. Esse foi um dos principais temas discutidos durante a 1ª Reunião Ordinária das Comissões Permanentes de Inclusão Acadêmica e Acessibilidade, realizada na sala multimídia Nazian Azevedo de Moraes, localizada na Biblioteca Central, no campus de Goiabeiras, nesta segunda-feira, 30.
Atualmente, de acordo com dados da Secretaria de Inclusão Acadêmica e Acessibilidade (Siac), a Ufes conta com 464 estudantes com os perfis educacionais atendidos pela Secretaria. Por isso, segundo o reitor, os temas da acessibilidade e inclusão não podem ser apenas uma questão retórica.
“É muito fácil fazer o discurso de inclusão e de acessibilidade. Mas isso não será efetivado se nós não tivermos um planejamento, ações e algumas métricas para saber se aquilo que está sendo proposto, de fato, está sendo cumprido”, defendeu Eustáquio de Castro.
Ainda de acordo com Castro, é preciso que esses temas sejam transformados em políticas da Ufes. “Isso já está no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da Universidade. E isso já está também sendo implementado como uma política da Ufes, ou seja, não é uma política dessa gestão, ou do governante. Ela passa a ser uma política da Universidade”, complementou.
Profissionalização
Segundo a vice-reitora, temas relacionados à inclusão serão discutidos por toda a comunidade acadêmica. “Todos os dirigentes, gestores e diretores de centro vão, em muitos momentos, ser convocados a discutir com seus pares, dentro de seu Centro de Ensino”, adiantou Sonia Lopes.
Para ela, além de produzir conhecimento, a Universidade tem o desejo de construir ações que promovam e acolham esses estudantes na instituição. Uma das ações defendidas pela vice-reitora é pensar na inserção desse discente no mundo do trabalho. “Não é apenas uma questão do acesso e da permanência. Estamos comprometidos também em pensar a profissionalização desse estudante”, ressaltou Lopes.
Manuais de acessibilidade
Em sua fala no início do evento, a secretária de Inclusão Acadêmica e Acessibilidade, Cinthya Oliveira, enfatizou o tema da formação profissional e apontou para que as discussões sobre acessibilidade e inclusão sejam realizadas em todos os âmbitos da Universidade.
“O objetivo desse evento é também construir guias e manuais de acessibilidade para que a gente possa trabalhar no sentido de levar esse discurso, prática e experiências para além da Siac”, destacou ela.
A reunião contou com as presenças do reitor Eustáquio de Castro, da vice-reitora Sonia Lopes e da responsável pela Siac, Cinthya Oliveira. Também estiveram presentes representações docentes, discentes e corpo técnico-administrativo dos quatro campi da Universidade.
Durante o evento, os participantes foram apresentados à equipe da Siac e às propostas de ação da secretaria; compartilharam relatos entre membros das Comissões de Acessibilidade sobre os trabalhos que têm sido desenvolvidos; e aprovaram a reelaboração do documento que normatiza a composição dessas comissões.
Atualmente, a Universidade conta com sete Comissões de Acessibilidade formadas por membros do Centro Universitário Norte do Espírito Santo (Ceunes); Centro de Ciências Agrárias e Engenharias (CCAE) e Centro de Ciências Exatas, Naturais e da Saúde (CCENS); Centro Tecnológico (CT); Centro de Educação Física (CEFD); Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE); Centro de Educação (CE); e Centro de Artes (CAr).
Trabalho pedagógico
De acordo com Cinthya Oliveira, para impulsionar a qualidade do trabalho pedagógico que tem sido realizado para atender as demandas dos alunos que são público-alvo da Siac, a Secretaria está realizando um estudo para entender a realidade desse estudante para garantir seu acesso, permanência, aprendizagem com qualidade e a assistência para conseguir um trabalho que seja compatível com sua formação.
“Além da Política de Inclusão e Acessibilidade da Ufes, estamos comprometidos com a entrega de um Manual de Acessibilidade, a organização de cursos e oficinas, realização de eventos e a expansão dos serviços prestados”, adiantou Oliveira. A Siac, afirmou ela, tem total apoio da reitoria na condução do trabalho que vem sendo proposto e conta com o auxílio sobretudo da vice-reitora, referência no campo da Educação Especial.
“Estamos fortemente comprometidas com a garantia do direito do aluno com deficiência ao ensino superior e muito otimistas quanto aos feitos que colheremos deste trabalho”, disse.
Foto: Thiago Sobrinho