A Ufes conquistou sua 14ª patente neste mês de abril com um método de produção e uso de biomaterial ósseo para utilização em procedimentos ortopédicos e odontológicos. O biomaterial está em fase de certificação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e os pesquisadores estão, neste momento, buscando parcerias com fábricas no Brasil ou no exterior para a produção do biomaterial em larga escala, o que renderá para a Universidade o pagamento de royalties.
A patente Nº BR 102018003726-9, concedida pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), é resultante da dissertação do estudante Rodolpho José da Silva Barros, intitulada Desenvolvimento de Biomaterial Ósseo, defendida em 2018 no Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, sob a orientação de Breno Valentim Nogueira, professor do Departamento de Morfologia da Ufes.
"O biomaterial foi desenvolvido a partir de tecido ósseo bovino descelularizado, liofilizado [processo de sublimação da água] e enriquecido com hidrogel contendo substâncias estimulantes próprias do tecido ósseo, por meio de um processo químico inovador com detergentes específicos, capazes de torná-lo seguro e não imunogênico, ao mesmo tempo que o mantém poroso e rígido para conferir eficiente suporte mecânico e biológico", explica o professor. Com preço acessível, o biomaterial pode ser apresentado na forma particulada ou em bloco (foto acima).
Patente em outros países
O projeto de pesquisa levou à criação da startup BioBone, que está incubada no Espaço Empreendedor da Ufes. A BioBone assinou contrato de transferência de tecnologia com a Ufes e, através de investidores, já realizou o depósito da patente (processo que precede a concessão da patente) também nos Estados Unidos, México, Canadá, União Europeia, Israel, Japão, Coreia, China e Hong Kong.
O pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG) da Ufes, Valdemar Lacerda Jr., destaca a quebra de paradigmas e ascensão das pesquisas tecnológicas na Universidade. “Essa 14ª patente mostra a relevância inovadora das pesquisas que estão sendo feitas na Ufes. Saímos de pesquisas nos campos básicos para projetos tecnológicos e de inovação. Como resultado temos o incremento de patentes, cultivares e de registro de softwares”, comemora. Ele lembra que um futuro licenciamento para a produção industrial do biomaterial renderá para a Universidade o pagamento de royalties.
A conquista consolida um trabalho da Diretoria de Inovação Tecnológica (DIT) da PRPPG, que tem atuado no estímulo a projetos inovadores e na garantia de registro de propriedade intelectual das boas ideias produzidas no ambiente universitário.
Assinam a patente os inventores Rodolpho José da Silva Barros; Breno Valentim Nogueira; Alex Balduino de Souza; Carlos Magno da Costa Maranduba; Danielle Luciana Auroro Soares do Amaral; e Jairo Pinto de Oliveira.
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Texto: Sueli de Freitas
Fotos: Fernanda Mendes Colombeki
Edição: Thereza Marinho