A Ufes vai iniciar nesta quarta-feira, 10, uma campanha para regularização do acesso aos Restaurantes Universitários (RUs) dos campi de Goiabeiras e Maruípe. A medida é necessária devido ao aumento do número de usuários internos e visitantes (pessoas que não fazem parte da comunidade universitária) que estão pulando as roletas para se alimentar de graça, muitas vezes desacatando e ameaçando trabalhadores terceirizados que atuam no local ou mesmo pessoas que acessam o restaurante regularmente.
A partir do dia 10, as pessoas da comunidade universitária que estiverem na fila dos restaurantes serão identificadas e, estando com o cadastro regular, receberão uma ficha e poderão se encaminhar à roleta de acesso ao salão de refeições.
Pessoas da comunidade universitária que estiverem com cadastro irregular serão encaminhadas para uma sala onde terão o cadastro regularizado. Em caso de falta de créditos, elas poderão se dirigir ao caixa para comprar créditos e pagar a refeição.
Além disso, para aqueles que fizerem biometria haverá a distribuição de canecas, conforme a disponibilidade do estoque. Embora a biometria seja facultativa, o acesso ao RU deve ser identificado, podendo ser feito a partir da digitação do CPF e apresentação de documento de identificação com foto.
Estudantes com cadastro irregular e que declarem não ter recursos para custear a refeição serão cadastrados e receberão o Acesso Provisório Emergencial por Segurança Alimentar - Apressa RU. Esse recurso, válido por sete dias, foi criado para atender casos emergenciais em que o estudante, por barreiras financeiras, cadastrais ou outras, não consegue acessar o RU. Com o benefício, o estudante poderá fazer sua refeição e será encaminhado para atendimento técnico da equipe de assistência estudantil para regularização.
“Nenhum estudante ficará sem comer porque não tem dinheiro para pagar a refeição. Atualmente, 70% dos acessos aos restaurantes são de estudantes assistidos que têm 100% de isenção e acessa o RU gratuitamente. Aquele estudante que não tiver condições financeiras de arcar com o custo da refeição e que, por algum motivo, ainda não esteja cadastrado no Programa de Assistência Estudantil, será encaminhado para regularizar sua situação, sem custo. O objetivo é garantir que o acesso ocorra com dignidade, de forma regular, mesmo que de forma gratuita”, afirma o diretor de Gestão de Restaurantes, Iury Pessoa.
Já pessoas da comunidade externa terão que se dirigir ao caixa para adquirir o ticket de acesso, no valor de R$ 9,50. Pessoas em situação de vulnerabilidade social que não tenham condições de custear a refeição serão encaminhadas para o Centro de Referência Especializado de Assistência Social para População de Rua (Centro-Pop) Continental, localizado em Goiabeiras, gerido pela Prefeitura Municipal de Vitória e que oferece refeições (café da manhã, almoço, café da tarde e jantar) a pessoas em vulnerabilidade social.
Recursos
Pessoa explica que a catraca ou roleta não serve apenas para controlar quem entra e sai. Ela é a ferramenta que identifica quem acessa. Essas informações subsidiam a Política Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes) para a destinação de recursos às instituições federais de educação superior (Ifes), além de subsidiar as políticas de alimentação da Ufes.
“Para nós o estudante não é um número, ele é uma pessoa. Nossas políticas são voltadas para pessoas e, por isso, precisamos saber quem acessa para cruzar com seu perfil (região de moradia, composição familiar, restrições alimentares, região de origem, etc). Sem o registro, não há dado, o que compromete o repasse de verba e o direcionamento de nossas políticas, que já estão sendo ampliadas com a oferta de sobremesa, café da manhã nos RUs de Alegre e jantar em Maruípe, entre outras ações. É preciso que os usuários dos RUs se identifiquem para garantir a segurança e a qualidade da alimentação”, ressalta.
Ele explica ainda que todo usuário não cadastrado como servidor ou estudante é considerado visitante. Essas pessoas devem cumprir com todas as regras dos RUs, incluindo o pagamento da tarifa cheia (R$ 9,50) e a obrigatoriedade do cadastro.
A campanha para regularização do acesso aos Restaurantes Universitários (RUs) será estendida posteriormente aos campi de Alegre e São Mateus.
Benefícios
Atualmente, estudantes de graduação presencial regularmente matriculados na Ufes e que tenham renda familiar bruta mensal per capita de até dois salários mínimos têm direito ao Benefício RU (BRU), que consiste na isenção de 100% (gratuidade total) no valor das refeições nos RUs.
Estudantes com esse perfil de renda podem solicitar o benefício por meio do Portal da Assistência Estudantil, sem que seja necessário esperar a abertura de edital.
“A análise é automática e instantânea. O sistema cruza seus dados com o CadÚnico e bases da Ufes. Se a renda per capita for inferior a dois salários mínimos, o deferimento é imediato”, afirma Iury Pessoa.
Já o Apressa RU é uma medida excepcional para garantir que ninguém fique sem alimentação por burocracia ou dificuldades pontuais. Ele garante refeições gratuitas imediatas a estudantes de graduação ou pós-graduação, estudantes de outras Ifes em trânsito e filhos de estudantes com idade de até 6 anos em situação de vulnerabilidade alimentar imediata, falta de dinheiro pontual, bloqueio de sistema ou perda de documentos. O benefício pode ser solicitado diretamente na entrada do restaurante, procurando a equipe da Diretoria de Gestão de Restaurantes (DGR).
Os estudantes contam ainda com o Auxílio Estudantil Emergencial Temporário (AEET), que assegura acesso gratuito ao RU e suporte financeiro para garantir a segurança alimentar em momentos de crise com alteração repentina na realidade socioeconômica, como em casos de desemprego na família ou falecimento de provedor.
O benefício é dirigido a estudantes de graduação presencial com renda de até 1,5 salário mínimo per capita e pode ser solicitado imediatamente após a ocorrência do fato que alterou a condição financeira por meio de contato com a equipe de Serviço Social da Pró-Reitoria de Políticas de Assistência Estudantil (Propaes).
Pessoa lembra ainda que todo estudante da Ufes não cadastrado nas políticas anteriores é subsidiado: “É o subsídio universal de 70%, em que os estudantes pagam apenas 30% do custo de cada refeição”.
Foto: Ana Oggioni
Universidade Federal do Espírito Santo