Pesquisadores do Núcleo de Genética Humana e Molecular (NGHM) e do Departamento de Ciências Fisiológicas da Ufes, em conjunto com pesquisadores de outras instituições de ensino, publicaram na revista Frontiers in Oncology (Fronteiras em Oncologia, especializada em pesquisas sobre o câncer) um artigo que aponta os benefícios da biologia evolutiva, da biologia quântica e da biologia de sistemas para o avanço das pesquisas e do tratamento do câncer. Intitulado Integrating frontiers: a holistic, quantum and evolutionary approach to conquering cancer through systems biology and multidisciplinary synergy (Integrando fronteiras: uma abordagem holística, quântica e evolutiva para vencer o câncer por meio da biologia de sistemas e da sinergia multidisciplinar), o estudo propõe uma abordagem que possibilita o desenvolvimento de tratamentos personalizados e mais eficazes para o combate à doença.
“A integração da biologia evolutiva, quântica e de sistemas à oncologia propõe uma abordagem revolucionária e inovadora, que concebe o câncer como um sistema dinâmico e em constante evolução e adaptação. Essa perspectiva multidisciplinar viabiliza o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes, capazes de reduzir a resistência terapêutica e identificar vulnerabilidades específicas do tumor. Além disso, permite a criação de estratégias personalizadas que priorizam a qualidade de vida do paciente e modulam o comportamento tumoral até sua erradicação. Esse avanço tem o potencial de transformar a experiência dos pacientes, ao aliar ciência de ponta a um impacto concreto no tratamento do câncer”, afirma a professora do Departamento de Ciências Biológicas e membro do NGHM, Débora Meira.
O doutorando do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da Ufes e da Rede Nordeste de Biotecnologia (Renorbio), Matheus Casotti, destaca que o artigo é fruto de uma colaboração entre distintos profissionais com múltiplas expertises, “rompendo paradigmas, desafios e paradoxos ainda presentes na terapia do câncer, o que salienta a demanda de uma flexibilidade às novidades e a uma nova vertente multidisciplinar e colaborativa”.
Segundo os pesquisadores, uma abordagem colaborativa e multidisciplinar é indispensável para o tratamento personalizado, eficaz e menos suscetível à resistência no câncer. Essa conduta valoriza a identificação de fármacos menos tóxicos para os pacientes e a utilização de combinações terapêuticas direcionadas especificamente contra o tumor.
O artigo foi um dos 33 publicados pelo Núcleo nos últimos dois anos. A produtividade do grupo incluiu ainda nove livros e 63 capítulos de livro publicados em âmbito nacional e internacional. “Essa produtividade científica reflete o potencial do grupo e sua consolidação como um núcleo de excelência neste tema”, destaca Meira.
O artigo pode ser acessado na íntegra neste link e foi assinado pelos pesquisadores Matheus Casotti, Débora Meira, Aléxia Zetum, Camilly Campanharo, Danielle da Silva, Giulia Giacinti, Iris da Silva, Karen Barbosa, Lorena Altoé, Lyvia Alves, Vinícius Ventorim, Yasmin Guaitolini, Eldamária dos Santos, Flavia Errera, Flavia de Paula e Iúri Louro, do NGHM; João Augusto Moura e Lorena Mauricio, do Departamento de Ciências Fisiológicas da Ufes; Luíza Góes, da Universidade de São Paulo (USP); Sarah Linhares, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN); Sonia Groisman e Elizeu de Carvalho, do Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes (IBRAG) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ); Pierre Fechine, da Universidade Federal do Ceará (UFC); e Marcelo de Sousa, da startup Bright Photomedicine, Tergos Pesquisa e Ensino S.A.
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