Com aproximadamente 400 quilômetros de faixa litorânea, o mar capixaba é um recurso estratégico de grande potencial de desenvolvimento econômico e geração de emprego e renda. Visando analisar tais potencialidades, pesquisadores do Departamento de Economia da Ufes estão desenvolvendo o projeto Economia do Mar, que tem como objetivo realizar um diagnóstico econômico do mar do Espírito Santo e contribuir para a formulação de políticas públicas econômicas e estratégias de desenvolvimento, incentivando o aumento da produtividade, do emprego e do consumo.
Coordenado pelos professores Everlam Montibeler e Rodrigo Franklin, responsáveis pelo laboratório Analítica.ES/Ufes, o projeto vai estudar o Sistema Produtivo da Economia do Mar do Estado do Espírito Santo (SPEM/ES). “Este sistema agrega atividades econômicas diretamente influenciadas pelo mar, abarcando inclusive aquelas que não têm o mar como matéria-prima, mas que acontecem no seu entorno. A Economia do Mar é objeto de estudo cada vez mais difundido globalmente”, explica Montibeler.
Dentre as ações do projeto, estão o mapeamento das potencialidades dos setores do mar no estado, incluindo atividades como a portuária, extração de petróleo e gás, pesca, agricultura logística, transporte marítimo; turismo, atividades marítimas de desporto, recreio e cultura; e pesquisa e desenvolvimento, formação profissional e tecnológica.
Estratégias
O estudo será realizado a partir de seis macrossetores estratégicos, que terão importância no dimensionamento dos impactos relacionados a emprego, renda, arrecadação e produto interno bruto estadual. “Além do dimensionamento econômico desenhado, também será analisada a organização das atividades econômicas no espaço, identificando os municípios com maior desempenho produtivo e potencial de investimento”, ressalta Franklin.
Montibeler lembra que a ideia do projeto surgiu do fato de o Espírito Santo ser um dos estados brasileiros mais importantes na produção de petróleo e gás natural, tendo o maior complexo portuário da América Latina em número de portos. “O estado foi o primeiro na produção de pré-sal, tem forte participação no comércio exterior do país e há alguns anos apresenta crescimentos superiores à média nacional, além de outras características e vocações naturais que o destacam nos setores industrial, agropecuário e de serviços”, avalia.
Porém, segundo os professores, ainda que o Espírito Santo apresente enorme potencial econômico voltado para as atividades marinhas, o estado ainda carece de um estudo voltado para um diagnóstico de sua Economia do Mar. No Brasil, os estados de Rio de Janeiro e Santa Catarina são pioneiros no desenvolvimento de trabalhos no setor.
O estudo do SPEM/ES vai acontecer em parceria entre a Ufes, o Instituto Jones Santos Neves (IJSN), a Secretaria Estadual da Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação Profissional e Desenvolvimento Econômico (Sectides) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Espírito Santo (Fapes).
Texto e foto: Superintendência de Comunicação da Ufes